No dia 15 de Abril 2010, decorreu na APA – Agência Portuguesa do Ambiente, em Lisboa, o Seminário sobre “O Sector Energético – Desafios e Inovação Tecnológica”, uma iniciativa da APEMETA, Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais. O principal objectivo deste evento foi o de dar a conhecer o balanço e a situação actual do sector energético, bem como as novas tecnologias. Na Sessão de Abertura esteve presente como orador de destaque o Prof. António Gonçalves Henriques, Director – Geral da APA – Agência Portuguesa do Ambiente, estando também presente o Presidente da APEMETA, Eng.º Carlos Iglézias. O Eng.º Carlos Iglézias começou por agradecer a presença do Prof. António Gonçalves Henriques, agradecendo também aos patrocinadores, e a todos os presentes. Agradeceu à APA a parceria estabelecida com a APEMETA. Salientando que o sector da Energia é um tema que está em debate. O Director-Geral da APA, Prof. António Gonçalves Henriques, começou por agradecer a todos os presentes e felicitou a APEMETA. Salientou que irão ser abordados temas da actualidade, enriquecendo assim o conhecimento de todos os presentes. Referiu que a energia é a terra, sendo um sector onde há uma grande evolução tecnológica. Por fim salientou que é urgente reduzir a dependência energética do exterior. A Sessão da manhã, moderada pelo Dr. Alexandre Fernandes, Director-Geral da ADENE – Agência para a Energia, iniciou com o painel “balanço e situação actual do sector energético”, sendo o primeiro tema sobre a nova estratégia nacional para a energia, apresentado pelo Eng.º Mário Paulo, Assessor do Secretário de Estado da Energia e da Inovação. O Eng.º Mário Paulo, salientou que a e estratégia nacional para a energia constitui um novo impulso para que o país prossiga no grupo dos países líderes da sustentabilidade energética e cumpra as metas e os objectivos ambiciosos estabelecidos no programa do governo. O Dr. Alexandre Fernandes, Director-Geral da ADENE – Agência para a Energia, deu a conhecer o plano nacional de acção para a eficiência energética – PNAEE. Referiu os 12 grandes programas do Portugal Eficiência 2015, informando que cerca de 1/5 do plano está cumprido. Será desta forma alcançada ou superada a meta de 2015, acelerando ligeiramente o ritmo de crescimento das economias energéticas. Referiu que a maior economia energética é a proveniente da área residencial e serviços, sendo os programas de mobilidade urbana fundamentais para alcançar os objectivos de eficiência energética. Seguidamente, o Eng.º Martins de Carvalho da Direcção Geral de Energia e Geologia – DGEG, deu a conhecer os sistemas de microgeração – programa renováveis na hora. Referiu que o programa renováveis na hora visa a descentralização da produção de electricidade a partir de fontes renováveis. Foi abordado o DL n.º 363/2007, tendo por objectivo regulamentar a actividade de produção de energia eléctrica com instalações de muito pequena potência, designadas por unidades de microprodução. Informou que a DGEG está a preparar uma proposta de revisão legislativa que define um novo procedimento de registos bonificados. Por fim referiu que o ambiente tem de ter sensibilidade para que alguns casos de microprodução sejam analisados. O tema eficiência energética e inovação tecnológica no sector dos transportes, foi apresentado pela Eng.ª Margarida Roxo, Subdirectora do GPERI – Gabinete de Planeamento Estratégico e Relações internacionais. Abordou a estratégia europeia para 2020, o plano nacional para a energia, bem como as oportunidades de inovação. Referiu que a estratégia nacional para a energia assenta em 5 eixos, sendo o eixo 3 relativo à promoção da eficiência energética, assentando na mobilidade e nas redes inteligentes. Por fim salientou que neste momento os ganhos de eficiência energética são obtidos através dos transportes públicos. O Dr. Jorge Viegas, da empresa RP Global Portugal, desenvolveu o tema da internacionalização na área da energia eólica. Abordou o assunto como crescer em Portugal, bem como referiu que existe uma necessidade das empresas se internacionalizarem dado que o mercado português está esgotado, devido à sua dimensão e a serem mercados embrionários. Por fim o Eng.º Gustavo Fernandes, da empresa Martifer Solar, deu a conhecer a internacionalização na área do solar fotovoltaico. Salientou que a empresa encontra-se no mercado desde 2005, tendo sido o ano 2009 um ano de viragem, em que houve uma alteração do mercado comprador, para o mercado vendedor. Referiu que o mercado tem crescido muito também devido ao sistema tarifa. Como conclusão informou que a Martifer Solar está em processo de expansão, ganhando experiência em diferentes países e continentes, estabilidade financeira, bem com capacidade de adaptação a diferentes contextos culturais e económicos. A Sessão da Manhã moderada pelo Dr. Alexandre Fernandes, Director-Geral da ADENE – Agência para a Energia, encerrou com um período de debate, tendo este painel prosseguido na Sessão da Tarde. A Sessão da Tarde, moderada pelo Prof. António Joyce – Vice-Presidente da SPES – Sociedade Portuguesa da Energia Solar, iniciou com o painel das novas tecnologias energéticas nos municípios, com o tema projecto “Óbidos Solar”, apresentada por o Dr. Humberto Marques, Vice-presidente da Câmara Municipal de Óbidos. O Dr. Humberto Marques, Vice-presidente da Câmara Municipal de Óbidos, deu a conhecer o enquadramento do programa “Óbidos Solar”, tendo este por objectivo reduzir 40% das emissões, o dobro da União Europeia, bem como incluir um total de 19 medidas para a redução e sequestração das emissões de CO2 do concelho. Abordou o modelo de funcionamento do programa, os parceiros, bem como as dificuldades que se foram deparando ao longo do tempo, referindo como resultados esperados do programa cerca de 1500 fogos equipados com sistema de microprodução, nos próximos 4 anos (redução aproximada de 60.000 Ton.). A Vereadora Paula Silva da Câmara Municipal de Pombal, deu a conhecer a utilização de iluminação pública eficiente – tecnologia LED. Referiu que a eficiência energética resulta do compromisso de 3 vectores, como a eficiência tecnológica, a racionalidade energética e a sustentabilidade energética. Informou que a tecnologia LED (Light Emitting Diode) é um dispositivo capaz de emitir luz quando polarizado electricamente, sendo uma forma de electro-luninescência. A presente tecnologia tem como vantagem a redução do consumo energético, a melhoria da qualidade de iluminação, o aumento dos níveis de segurança rodoviária, bem como o fomento da utilização dos espaços públicos. O painel “implementação de casos práticos inovadores”, teve início com o tema “energia solar e a produção de água tratada por fotocatálise e por dessalinização”, tendo sido apresentado pelo Prof. Doutor Manuel Collares Pereira. Salientou que a fotocatálise é uma técnica que permite o tratamento dos efluentes, no entanto estão a aguardar que a legislação evolua para a introduzir no mercado. A microgeração e grandes produções de água quente solar – casos práticos, foi dada a conhecer pelo Dr. Pedro Salsa e Quadros, Administrador da Bongás Energias. Referiu que a eficiência energética visando a racionalização dos consumos energéticos, a redução de custos e a preservação do ambiente são os pilares estruturantes da actuação da Bongás Energias. Em relação à microgeração salientou que existem cerca de 200 unidades instaladas desde 2008, sendo a taxa de satisfação dos clientes superior a 85% (instalação) e de 98% na rentabilidade. O Eng.º Rafael Ribas, Sócio-Gerente da empresa Vajra, deu a conhecer os sistemas de ar condicionado solar. Informou que os sistemas solares de ar condicionado já apresentam soluções com viabilidade técnica, de baixo consumo de energia primária e baixas emissões de CO2. Por fim concluiu que a viabilidade económica ainda é rasante, precisando de incentivos do governo para desenvolver o mercado de modo a aumentar o volume e consequentemente baixar os preços. O Bio Parque – modelo de gestão do recurso, para o uso sustentável e eficiente da bio energia, fechou a sessão de trabalhos da parte da tarde, tendo este tema sido exposto pelo Eng.º Ricardo Diogo, Administrador da Forestech. Referiu que principais factores de inovação do bio parque são ao nível da recuperação da biomassa a partir de resíduos, da segregação da fracção combustível da fracção de material “reciclável” para a produção de combustível, do uso de calor residual para o processo de secagem, da secagem de baixa temperatura, bem como da redução de consumo de água. Como conclusão salientou que uma das mais valias do bio parque é reduzir as distâncias de transportes das matérias primas em bruto, contribuir para o controlo da carga de combustível das florestas, bem como promover a sustentabilidade energética. A Sessão de Encerramento foi efectuada pelo Prof. António Joyce, Vice-Presidente da SPES – Sociedade Portuguesa da Energia Solar, que destacou a qualidade técnica das apresentações e agradeceu aos oradores e participantes.