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No dia 17 de Junho de 2004, decorreu na Culturgest, em Lisboa, o Seminário sobre Gestão Ambiental Integrada, uma iniciativa da APEMETA, Associação Portuguesa de Empresas de Tecnologias Ambientais.

O painel de oradores foi constituído por representantes dos principais organismos competentes nacionais e internacionais na matéria como a DG Environment, a Agência Europeia de Ambiente, o Instituto do Ambiente, bem como por responsáveis de empresas e indústrias que constituem exemplos em Portugal de implementação de sistemas de gestão ambiental integrada como, a Saint-Gobain, a Fernandes & Terceiro e a LIPOR.

A sessão de abertura foi efectuada pelo presidente da APEMETA, Engº Eduardo Dias Lopes e pelo representante da Caixa Geral de Depósitos, Dr. Paulo Sousa. Seguidamente, deram início os trabalhos programados para a sessão da manhã, tendo sido estes moderados pelo Engº Boleo Tomé.

A primeira apresentação esteve a cargo do Engº João Bolina, da DG Environment, que abordou a situação de Portugal no contexto da União Europeia, ao nível da gestão ambiental integrada. Fez referência às situações de não conformidade que ainda subsistem a nível europeu, como por exemplo o facto da difusão das fontes de poluição ainda não ser atacada eficazmente. Após ter realçado os vários instrumentos de gestão ambiental como o EMAS e o rótulo ecológico, incentivou os profissionais do nosso país que operam nesta área, a tomarem a iniciativa de apresentarem propostas de normas portuguesas ou europeias, bem como regulamentos europeus ao nível dos sistemas integrados de qualidade, ambiente e segurança (QAS).

O tema do EMAS (Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria) foi desenvolvido pela representante do Instituto do Ambiente, Engª Maria João Amaral, que salientou a importância desta ferramenta de gestão ambiental, os seus objectivos, aplicação, vantagens e etapas de implementação. Referiu que presentemente estão registadas no EMAS 14 organizações, maioritariamente indústrias e, já existem 90 candidaturas para obtenção deste registo, que se revela mais exigente do que a certificação pela ISO 14001.

Seguidamente, foram debatidos outros temas como, o Projecto Best – Recomendações de Boas Práticas de Gestão Ambiental, apresentado pela Engª Paula Gomes, da DG Empresa; os apoios do PRIME, pelo Prof. Miguel Cruz; o projecto Benchmarking e Boas Práticas – Apoio à melhoria do Desempenho das PME, pela Dra. Celina Gil, do IAPMEI e; os resultados deste projecto no sector ambiental, pelo Engº Fernando Ferreira, vice-presidente da APEMETA. Estes projectos e programas de apoio, constituem incentivos a que as empresas podem concorrer com vista à implementação de medidas de gestão ambiental e, consequentemente à sustentabilidade das suas actividades.

Na sessão da tarde foi dado destaque a estudos de caso em Portugal de organizações que já têm implementado instrumentos de gestão ambiental integrada. Os sectores vidreiro e gráfico foram dois dos casos de sucesso apresentados, através respectivamente, da empresa Saint-Gobain, representada pela Engª Catarina Sá e pela empresa Fernandes & Terceiro, presente através da Engª Susana Marques. Ambas as empresas têm implementado o sistema integrado QAS e o registo no EMAS. O aumento de credibilidade, melhoria da imagem, aumento de competitividade e operacionalidade da empresa são as principais vantagens da aplicação destas ferramentas de gestão ambiental.

A LIPOR, presente através da Engª Isabel Nogueira, definiu a política sustentável de gestão de resíduos deste sistema intermunicipal, que tem implementado um sistema de qualidade e ambiente de forma a obter uma maior eficiência económica e ecológica ao longo de todo o processo de gestão de resíduos.

As autarquias através da Agenda 21 podem também ter presente o conceito de gestão ambiental integrada, contribuindo desta forma para um desenvolvimento sustentável dos municípios. Assim, a Dra. Lurdes Poeira referiu que o plano estratégico de desenvolvimento sustentável de Oeiras visa promover, entre outras acções, auditorias e certificação energética e ambiental dos edifícios, mobilidade sustentável, aproveitamento dos recursos energéticos endógenos e das energias renováveis e gestão sustentável de resíduos.

Por fim, o Engº Rui Gouveia, da AIP – Associação Industrial Portuguesa, procedeu à apresentação do projecto PME Ambiente, constituindo este mais uma ferramenta de incentivo às PMEs, para a implementação de instrumentos de gestão ambiental como a ISO 14001 e a promoção de formação técnica especializada nesta área.