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O seminário teve como principal objetivo abordar os instrumentos e políticas da água em Portugal, bem como os investimentos, tecnologias de tratamento e soluções para a sua gestão. Na Sessão de Abertura esteve presente o Dr. Nuno Lacasta, Presidente da APA e o Eng.º Carlos Iglézias, Presidente da APEMETA. O Eng.º Carlos Iglézias agradeceu a presença do Dr. Nuno Lacasta e a presença dos oradores, moderadores e patrocinadores, referindo que o tema água é de extrema importância. O Dr. Nuno Lacasta agradeceu a presença de todos os participantes e deu as boas vindas à constituição atual da Agência. Na sua apresentação fez referência à nota de resumo da política da água, publicada no último ano na revista da APHR e salientou que o PNUEA inclui um conjunto de exemplos de investimentos num determinado horizonte temporal. Como nota final indicou que o foco deve estar na gestão e otimização dos recursos e não tanto no investimento. A Sessão da Manhã, moderada pelo Eng.º Carlos Martins, Presidente do Conselho de Administração das Águas do Oeste, deu início com o Eng.º Manuel Fernandes Thomaz, administrador das Adp SGPS, que apresentou o tema “Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR II) – Balanço e Perspetivas para o Setor da Água”. No âmbito do PEAASAR, referiu que este vem estabelecer orientações e propostas para garantir a sustentabilidade do setor, promovendo o “Preço justo da Água”. Como perspetivas, salientou que a reestruturação do setor da água e saneamento em Portugal tem como objetivos garantir a sustentabilidade económico-financeira do setor, fomentar a abertura a privados e concorrência nos sectores, assim como criar setores socialmente mais justos e equilibrados. No que diz respeito a investimentos, referiu que o Grupo AdP cumpriu a sua parte no PEAASAR ao terem sido feitos alargamentos dos sistemas, parcerias, entre outros. Indicou ainda que as Águas de Portugal pretendem estudar propostas de parceria em “alta” com os municípios, sendo este um processo muito orgânico que se desenvolverá à medida que os municípios aderirem. Como nota final referiu a importância de o setor não entrar em rotura financeira. A Eng.ª Fernanda Rocha, da APA, apresentou o tema “Programa Nacional para Uso Eficiente da Água (PNUEA) – 2012-2020”, apontando como objetivos gerais do Programa, a melhoria da eficiência de utilização da água em Portugal, a minimização dos riscos de rotura e o desenvolvimento de uma nova cultura de água no país. Como conclusão, destacou o facto de o PNUEA não ter atualmente uma diretiva que imponha a sua implementação. O Eng.º Jaime Melo Baptista, Presidente do Conselho Diretivo da ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, apresentou o tema “Regulação dos Serviços de Águas – Novas Medidas para Melhoria da Qualidade do Serviço”. Como desafios e oportunidades resultantes da regulação, referiu que o setor se caracteriza por uma grande complexidade, tendo em conta que existe um número muito elevado de entidades gestores (498 para os serviços de águas e resíduos) e uma grande diversidade a nível do modelo do governo e da capacitação dessas entidades gestoras, havendo desta forma espaço de evolução a nível de capacitação das entidades gestoras. O Painel II – Investimentos no Setor da Água – Balanço e Novas Perspetivas iniciou com a apresentação do Eng.º Pedro Laginha, Responsável de Controlo de Investimentos da AdP SGPS, com o tema “Investimentos a Realizar no Universo das Águas de Portugal”. O interlocutor começou por referir que em geral, constata-se que o investimento per capita no saneamento é superior ao do abastecimento e que os investimentos per capita dos sistemas do interior excedem significativamente os do litoral. Em relação aos investimentos a realizar no universo Águas de Portugal 2013-2014, indicou que para Empreitadas>250m€ recém-adjudicadas / fase concurso as adjudicações ocorridas recentemente ou a ocorrer nos próximos tempos seguem-se a um período de interregno prolongado. Em relação a Obras>250 m€ (2013-2014) em fase de projeto o número é significativamente superior ao anterior. De qualquer forma, o número total é moderado face ao que poderia esperar-se, e o valor global é limitado. Por fim, os condicionalismos financeiros atuais têm aqui naturalmente grande relevância. A Eng.ª Ana Carlos, Gestora de Conteúdos e Eventos da PPA, Parceria Portuguesa para a Água, apresentou o tema “Oportunidades de Negócio Internacionais para o Setor da Água”. Deu a conhecer a distribuição geográfica dos concursos internacionais e as entidades financiadoras internacionais, sendo que existem quatro que têm maior peso. Por fim, abordou os concursos internacionais abertos e os previstos, referindo que a PPA divulga quinzenalmente as principais oportunidades internacionais. A encerrar a Sessão da Manhã, a Doutora Anabela Carvalho do Gabinete de Promoção do Programa Quadro (GPPQ/FCT), apresentou o tema “ Oportunidades de Financiamento de I & DT ao Nível Europeu: Call Water-Inno-Demo 2013”. Salientou que o 7.º Programa-Quadro I&D (2007-2013) visa o reforço da capacidade de investigação na Europa, a promoção da carreira de investigação e da mobilidade dos investigadores na Europa, assim como a promoção do dinamismo, criatividade e excelência da investigação de ponta na espaço europeu. Para o período entre 2007 e 2012, indicou terem sido financiados 71 projetos no tema Ambiente. Relativamente à parceria europeia para a água, referiu que esta, visa facilitar, apoiar e acelerar o desenvolvimento e a aplicação/implementação de soluções inovadoras para o setor da água, bem como apostar na inovação para criar oportunidades de mercado para a inovação. A Sessão da Tarde, moderada pelo Eng.º Rui Godinho, Presidente do Conselho Diretivo da APDA – Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Água, deu início com o Eng.º Hilário Ribeiro, Diretor Comercial da Itron, que apresentou o tema “Redes Inteligentes da Gestão da Água”. Como objeto de estudo, referiu que foi efetuado um levantamento e estudo das melhores técnicas que existem a nível mundial para controlo e redução de perdas em redes de distribuição água. Foi também realizada a identificação e definição de variáveis fornecidas por estas técnicas e feito o cruzamento com as variáveis que atualmente se podem obter dos sistemas de telemetria residencial, nomeadamente por rádio fixo, tendo por base uma ou mais ZMC piloto, onde serão aplicadas estas tecnologias. De seguida, a Eng.ª Cristina Caldas, Diretora Gerente da Contimetra, apresentou o tema “Os Desafios Introduzidos pela Crise Económica “Uma Solução Progressiva, Via Web, sem Investimento Inicial”. Referiu que a Contimetra tem uma solução que é um pequeno autómato, económico, com um web-browser incluído, que permite o acesso a partir de qualquer ponto da internet, através de um router 3G ou outro acesso disponível. O Eng.º João Pedrosa Rodrigues, Business Development Director da Hubel – Indústria da Água, apresentou o tema “Aumento da Eficiência do Uso da Água – Modelos de Gestão e Tecnologias”. Na sua exposição foram dados a conhecer os vários modelos de gestão e tecnologias de baixo custo. Referiu que o maior desafio para uma entidade gestora da água é tornar mais eficiente o uso de meios, recursos humanos e potencialidades que tem ao seu dispor. O Eng.º Francisco Reis, Direção de Projetos e Engenharia da EFACEC – Unidades de Negócio Ambiente”, apresentou o tema “O Projeto como elemento de Controlo e Gestão”. Em relação ao Projeto da EFACEC, mencionou que a inovação está presente em todos os colaboradores da empresa. O conceito BIM (representação virtual das caraterísticas físicas e funcionais de uma edificação, por todo o seu ciclo de vida, servindo como um repositório compartilhado de informações para colaboração) foi iniciado como aposta na inovação, tendo surgido como necessidade de melhorar a qualidade do projeto. De seguida, a Eng.ª Maria Isabel Figueiredo, Responsável do Centro Operacional de Chelas, apresentou o tema “Reutilização de Águas Residuais Tratadas – O Caso da Simtejo”. Começou por abordar a importância da reutilização da água tratada, tanto a nível local como regional ou nacional, sendo que no caso da Simtejo existe uma poupança de 20% do consumo interno da água potável com a reutilização da água tratada. Referenciou que a aceitação de um projeto de reutilização de água pelo público é um passo de extrema importância no sucesso da sua implementação e como nota final salientou que temos de começar a olhar para o ciclo da água de outra maneira. A encerrar a Sessão da Tarde, o Eng.º Carlos Oliveira, CEO da VentilAQUA, apresentou o tema “Nova Tecnologia de Remoção de Substâncias Xenobióticas Recalcitrantes da Água – Waterplasma”. Nesta matéria, indicou que o Projeto waterplasma pretende gerar uma solução, à escala industrial, para uma tecnologia inovadora de remoção de substâncias xenobióticas não biodegradáveis baseada na utilização de descarga de plasma uniforme à atmosfera normal como tecnologia avançada de oxidação. Este projeto pretende desenvolver um processo inovador de descontaminação de compostos recalcitrantes e tóxicos dos efluentes industriais e águas de consumo. A Sessão de Encerramento do Seminário foi levada a cabo pela Ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, Professora Doutora Assunção Cristas que começou por agradecer a presença de todos e revelou que era com muito gosto que estava presente na Agência Portuguesa do Ambiente. No seguimento do seu discurso, referiu que o maior desafio do setor da água, é sem dúvida o seu uso ponderado e moderado. Neste sentido, salientou que o governo tem feito um esforço na simplificação e desburocratização dos planos. Ressaltou que para a água e para as questões de ambiente mais transversais é possível estabelecer uma ligação entre todos os setores, quer seja a agricultura, quer a indústria e que quando olhamos para o nosso plano para o uso eficiente da água, vimos como estes vários setores estão devidamente identificados com objetivos e metas. Comparando com o que se passa noutros países do mundo mais desenvolvidos e na Europa, constatamos que o preço da água em Portugal é muito barato, o que não contribui para uma cultura de uso eficiente e tendo em conta o quão escasso e precioso é este recurso, há que ter em consideração que este deve ser muito bem cuidado e não desperdiçado. Assim, essa lógica de cidadania ambiental e de cultura de responsabilidade coletiva é bastante importante, para casar a dinâmica dos direitos com a dinâmica dos deveres. Ressaltou ainda que falar de água é falar dos planos de gestão das bacias hidrográficas e felicitou a APA por ter conseguido em pouco tempo recuperar muitos anos de atraso nesta matéria. Por fim, referiu que na cimeira Luso- Espanhola realizada em Maio, foi referido que os próximos planos deverão ser feitos em conjunto. Esta dinâmica é importante porque falar de água é falar de recursos em Portugal e é também falar de uma relação com Espanha que queremos consolidar. Publicado a 20 de Dezembro 2012